segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CineOca: Criador do Cinema maldito é destaque em mostra no Sesc

A parceria do CineOca com o Sesc traz mais uma mostra instigante do revolucionário cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, de segunda a quarta-feira, no CineSesc Esplanada, às 20 horas. Conhecido por seu cinema de transgressão e por mesclar símbolos místicos com imagens surreais,o diretor faz parte de uma leva de artistas mais preocupado em provocar do que agradar o público.

Suas obras não poupam banhos de sangue, estão carregadas de personagens mutilados e elementos profanos. Ele se autodefine como “ateu místico”. Um poeta visual de sensibilidade esotérica, capaz de enfiar no mesmo caldeirão cartas de tarô, ensinamentos budistas e influências católicas. E que faz da mistura seu caminho próprio para alcançar o nirvana.

Criada através da parceria entre o Centro Cultural Banco do Brasil e o Departamento Nacional do SESC, a Mostra Jodorowsky (4 filmes), em Porto Velho é apoiada e comemorada pelo Cineclube CineOca, que tem como proposta propiciar aos espectadores um diversidade na educação dos sentidos. Os filmes não são recomendados para menores de 18 anos.


Confira abaixo a programação (gratuita):

Segunda-feira, 25/10, às 20h
La Cravate (A Gravata, França, 1957, 21 min.) de Alejandro Jodorowsky, com roteiro de Alejandro Jodorowsky e Jean Couteau e produção de Dense Brosseau e Saul Gilbert. Em 1957, Jodorowsky fez suas primeiras experiências no mundo das imagens em movimento, filmando em Paris uma versão muda de um conto de Thomas Mann, sobre uma garota que vende cabeças. Considerado perdido, o filme foi recentemente encontrado na Alemanha. “Não tinha experiência nenhuma quando filmei La Cravate , mas nela se pode apreciar que eu já era diretor. Um artista precisa ser como Jean Couteau... esquizofrênico. Necessita ser muitas pessoas ao mesmo tempo, não apenas uma”, disse Jodorowsky.

Fando y Lis (Fando e Lis, México, Drama/Fantasia, 1968, 93 min.) Com direção de Alejandro Jodorowsky e roteiro em conjunto com Fernando Arrabal, produção de Juan López Moctezuma e Roberto Viskin, o filme fala sobre Fando e sua parcialmente paralisada namorada Lis. Os dois jovens que procuram uma misteriosa cidade chamada Tar. O filme é uma obra praticamente desconhecida no Brasil. Baseado em suas memórias a partir da peça surrealista do escritor Fernando Arrabal.

Terça-feira, 26/10, às 20h
El Topo (O Topo, México, Faroeste, 1970, 124 min.) Com direção e roteiro de Alejandro Jodorowsky. A produção ficou por conta do trio Juan López Moctezuma, Moshe Rosemberg e Roberto Viskin. Envolto numa roupagem alegórica e repleto de simbolismos cifrados, o filme narra as mudanças de um pistoleiro místico (El Topo), interpretado pelo próprio Alejandro Jodorowsky, através do deserto do distante Oeste, numa epopeia surrealista na qual se superará em duelos para conseguir atribuir-se o êxito de ser a pistola mais rápida do Oeste. Um encontro cósmico profundamente influenciado pelas “obras pânicas”, este filme marcou a sua saída do circuito alternativo das Sessões Malditas.


Quarta-feira, 27/10, às 20h
A Montanha Sagrada ( México, Aventura, 1973, 113 min.) O diretor também fez parte da equipe de produção, composta por Allen Klein, Robert Taicher e Roberto Viskin. Além das várias funções que desempenha no filme, Jodorowsky ainda interpreta o papel de um “alquimista” que reúne um grupo de pessoas, cujo representam os planetas do Sistema Solar. Sua intenção é submeter o grupo a uma série de ritos de natureza mística para que se desprendam da bagagem “mundana” antes de embarcar numa viagem em direção à misteriosa Ilha de Loto. Uma vez na ínsula, iniciam a ascensão à Montanha Sagrada para substituir os Deuses imortais que em segredo dominam o mundo. Ninguém havia visto nada igual até a data de lançamento deste filme. O vídeo foi ovacionado no Festival de Cannes em 1973.


Mais informações pelo endereço: http://cinesescrondonia.blogspot.com/

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Porto Velho, palco de grandes lembranças


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 15/10/10

Porto Velho, palco de grandes lembranças

Todas as vezes que vejo livros de história sobre a cidade de Porto Velho, vêm em minha mente diversas lembranças. Quando penso em Porto Velho, me recordo dos fins de tarde que meus pais me levavam para uma sorveteria, “aos pés das três Caixas D’água”. A minha maior diversão era tomar sorvete sentada em um trenzinho que havia dentro da sorveteria, o legal não era o sorvete, mas toda a brincadeira, desfrutar daquele tempo com meus pais e o cenário, o sorvete era uma consequência.

Lembro dos almoços de domingo em uma das barracas que ficavam as margens do Rio Madeira, ou quando íamos degustar as comidas servidas em uns dos três ‘Mirantes’. Das visitas ao terraço que existia no ‘Aeroporto - Governador Jorge Teixeira de Oliveira’, das bolas coloridas e enormes que meu pai comprava pra mim e que não duravam mais de um dia, pois para minha sorte sempre havia algum objeto pontiagudo para estourar mais rápido que a bola dos meus amigos, “coisas da cabeça de criança”.

Mas não tenho apenas lembranças de quando era criança, também tenho recordações das vezes que me juntava a diversos amigos e íamos para a “Praça do Ralf” (Praça Aluisio Ferreira), alguns tocavam violão, outros cantavam “desafinadamente”, musicas da Legião Urbana, entre tantos outros artistas idolatrados pelos jovens, conversas, paqueras, brincadeiras da adolescência, às vezes nos juntávamos e íamos até a beira do Rio Madeira ver o “maravilhoso” pôr-do-sol.

Recordações de quando ingressei na faculdade, aprendendo um mundo de coisas novas, conhecendo “a vida de gente grande”, a vida boemia de Porto Velho, fazendo novas amizades, ‘crescendo’. Tudo bem, não faz tanto tempo assim, mas são lembranças que ficam em minha memória, e que me fazem pensar como foi bom ter nascido em Porto Velho e ter desfrutado e ainda poder usufruir de todas as coisas boas que a ‘nossa’ capital tem a oferecer. Uma capital (senhora) de 96 anos.