Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'.
A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas as quintas-feiras.
Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 07/07/11
O perigo vive ao lado
O numero de boletins de ocorrências envolvendo abuso sexual de crianças tem crescido bruscamente em todo o Brasil, todos os dias são diversos casos e matérias relatando crimes sexuais contra menores, e o que mais está intrigando as autoridades é que os criminosos, na maioria das vezes, são os pais ou quem deveria ser responsável pela criança.
Uma pesquisa realizada no Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo – USP revelou a cada dez crianças vítimas de abuso sexual, quatro são agredidas pelo próprio pai e três, pelo padrasto. Os resultados foram obtidos após a análise de 205 casos de abusos a crianças ocorridos de 2005 a 2009. As vítimas dessas agressões receberam acompanhamento psicológico no Hospital das Clínicas e tiveram seu perfil analisado pelo Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense do hospital.
Foi detectado que 88% dos casos de abuso infantil, o agressor faz parte do círculo de convivência da criança. O pai (38% dos casos) é o agressor mais comum, seguido do padrasto (29%). O tio (15%) é o terceiro agressor mais comum, antes de algum primo (6%). Os vizinhos são 9% dos agressores e os desconhecidos são a minoria, representando 3% dos casos. Também foi detectado na pesquisa que 63,4% das vítimas de abuso sexual são do sexo feminino. Na maioria dos casos, a criança abusada, independente do sexo, tem menos de 10 anos de idade.
Os dados comprovam que é necessário um trabalho de acompanhamento, programas voltados para a família, visando conscientizar e evitar esse tipo de comportamento dentro das residências brasileiras. O pai, que seria justamente a pessoa responsável por proteger a criança, está sendo seu principal agressor.
Alem de políticas públicas voltadas para a segurança infantil, as próprias mães também deveriam fazer um monitoramento da criança, pois devido a pouca idade das vitimas, elas se tornam ainda mais frágeis, e a maioria das crianças terminam não denunciando seus agressores. Ao notar a mudança de comportamento de uma criança é necessário que seja verificado o que está acontecendo, as mães devem estar atentas as mudanças de humor das crianças, isso poderá ser um sinal de algo mais grave.
Muito sério este assunto. Gostei desse post!
ResponderExcluirUm assunto relevante não pode ser ignorado.
abçs