quinta-feira, 7 de julho de 2011

O perigo vive ao lado

Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'.
A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas as quintas-feiras.
Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 07/07/11


O perigo vive ao lado
O numero de boletins de ocorrências envolvendo abuso sexual de crianças tem crescido bruscamente em todo o Brasil, todos os dias são diversos casos e matérias relatando crimes sexuais contra menores, e o que mais está intrigando as autoridades é que os criminosos, na maioria das vezes, são os pais ou quem deveria ser responsável pela criança.

Uma pesquisa realizada no Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo – USP revelou a cada dez crianças vítimas de abuso sexual, quatro são agredidas pelo próprio pai e três, pelo padrasto. Os resultados foram obtidos após a análise de 205 casos de abusos a crianças ocorridos de 2005 a 2009. As vítimas dessas agressões receberam acompanhamento psicológico no Hospital das Clínicas e tiveram seu perfil analisado pelo Programa de Psiquiatria e Psicologia Forense do hospital.

Foi detectado que 88% dos casos de abuso infantil, o agressor faz parte do círculo de convivência da criança. O pai (38% dos casos) é o agressor mais comum, seguido do padrasto (29%). O tio (15%) é o terceiro agressor mais comum, antes de algum primo (6%). Os vizinhos são 9% dos agressores e os desconhecidos são a minoria, representando 3% dos casos. Também foi detectado na pesquisa que 63,4% das vítimas de abuso sexual são do sexo feminino. Na maioria dos casos, a criança abusada, independente do sexo, tem menos de 10 anos de idade.

Os dados comprovam que é necessário um trabalho de acompanhamento, programas voltados para a família, visando conscientizar e evitar esse tipo de comportamento dentro das residências brasileiras. O pai, que seria justamente a pessoa responsável por proteger a criança, está sendo seu principal agressor.

Alem de políticas públicas voltadas para a segurança infantil, as próprias mães também deveriam fazer um monitoramento da criança, pois devido a pouca idade das vitimas, elas se tornam ainda mais frágeis, e a maioria das crianças terminam não denunciando seus agressores. Ao notar a mudança de comportamento de uma criança é necessário que seja verificado o que está acontecendo, as mães devem estar atentas as mudanças de humor das crianças, isso poderá ser um sinal de algo mais grave.

Um comentário:

  1. Muito sério este assunto. Gostei desse post!
    Um assunto relevante não pode ser ignorado.

    abçs

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