segunda-feira, 28 de março de 2016

Falta de iluminação: um problema sem fim

Andar pelas ruas de Porto Velho no período noturno é complicado, a falta de iluminação coloca a população em risco. Há duas semanas, um salão de beleza na avenida Calama, bairro Olaria foi alvo de bandidos que levaram todo os equipamentos de trabalho das proprietárias. O salão fica em um local bem movimentado, mas com precariedade de iluminação pública. Somente com iluminação dos estabelecimentos do local.

No final da tarde, muitas pessoas vão até o 'Espaço Alternativo', na avenida Jorge Teixeira para caminhar. Em alguns pontos até que podemos constar uma boa iluminação, mas infelizmente, onde está a parte maior da construção abandonada a iluminação é zero. Acho que o Poder Público não coloca iluminação para tentar esconder o abandono da obra, o que deixa o local livre para ação de marginais que se escondem facilmente no local.

O mesmo acontece na avenida dos Imigrantes, a iluminação pública é precária. Estudantes do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) ou da Faculdade de Ciências Administrativas e de Tecnologia (Fatec) que precisam passar pelo local no período noturno sofrem com a falta de iluminação e correm perigo. Muitos alunos já relataram casos de assaltos.

Essas situações acontecem em pontos centrais da capital, agora imaginem como não está nos bairros periféricos de Porto Velho. O que os estudantes passam ao sair das escolas à noite?! O que os pais e mães de família sofrem após o trabalho para chegar em suas residências?! Todos os anos de eleição são as mesmas promessas e nada é feito. Alguma coisa tem que mudar!

quarta-feira, 23 de março de 2016

UMA DEMOCRACIA HONESTA SOBREVIVE SEM JUSTA REFLEXÃO? - Por Dom Moacyr

Há um provérbio português interessante, cuja origem se perde nos tempos remotos da tradição lusa. Ele é capaz de retratar, com certa fidelidade, nosso conturbado momento presente: “Em tempo de guerra, mentira como terra”.

Ao não aceitar o resultado final do processo eleitoral do ano de 2014, grupos políticos distintos deixaram de exercer um papel extremamente útil à sociedade, qual seja, o de construir uma oposição política capaz de propor e de fiscalizar o governo eleito, para se entregar a um espírito pequeno e destruidor da saudável organização social de nossa tenra democracia ainda em construção.

Todos somos simples mortais, passíveis de erros, equívocos e de pecados, muitos deles impublicáveis. Isso vale para o campo pessoal, espiritual e social. No frigir dos acontecimentos, a mola propulsora de um maior ou menor avanço de uma nação se pauta na sua capacidade em fortalecer estruturas e marcos jurídicos (pactuados de forma cristã e nos espaços adequados), com vistas à defesa dos reais interesses da sociedade como um todo.

Tendo isso como uma das premissas básicas para tais reflexões, não deixa de ser preocupante a forma como tem ocorrido o processo de informação no país, produzida de modo parcial e centralizada, de classificação. Como ela (a informação) vem sendo utilizada com o objetivo de consolidar interesses políticos e econômicos de castas historicamente abastadas pela riqueza da nação ou a serviço dela. Em um país, de tamanho continental, nove famílias (Abravanel – SBT, Edir Macedo – Record, Cívita – Abril, Frias – Folha, Levy – Gazeta, Marinho – Globo, Mesquita – Estado de SP, Nascimento Brito – Jornal do Brasil, Saad – Band) dominam mais de 70% de todos os veículos de comunicação da sociedade brasileira. Esse é o melhor caminho para o fortalecimento da cidadania?

Os referidos dados corroboram, tristemente, algumas das conclusões do Fórum Mundial de Direitos Humanos, acontecido entre os dias 10 e 13 de dezembro de 2013, em Brasília. Naquela oportunidade, Frank La Rue, relator especial da ONU para a liberdade de expressão, destacou: “a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos é um grave problema a ser enfrentado pelas sociedades modernas”. 

Assistimos hoje a um massacre dos grandes veículos de comunicação em prol da derrubada de um governo, com forte vínculo social, pelo fato de as forças conservadoras não aceitarem o distanciamento do poder imposto a eles pelo voto popular. Conforme atestam os juristas com reconhecida credibilidade, não existe fato jurídico capaz de condenar a presidenta eleita. O atual governo está eivado de erros a serem corrigidos (pecados impublicáveis). Não obstante, não é pela quebra da constitucionalidade que se constrói uma democracia mais forte. O nome disso é “golpe”.

Como é possível a sociedade aceitar que uma mulher eleita com 54,3 milhões de votos, sem qualquer denúncia formada, seja afastada do cargo sob o comando de um Presidente de Câmara de moralidade questionadíssima, mediante um colegiado de 130 membros, dos quais 34 respondem a ações criminais e administrativas de diferentes envergaduras no STF?

Os grandes veículos de comunicação não têm se pautado pela verdade e pela transparência. Trabalham em um conluio vergonhoso, com o propósito de alterar a vontade popular consagrada nas urnas em determinado momento. O que os move não é o interesse social, moral ou ético. Estão longe disso. O que os movimenta é justamente a perpetuação da recorrente omissão do Estado frente aos históricos e nefastos processos de corrupção.

As pessoas possuem o direito de serem informadas com isenção, tempestividade, responsabilidade ética e moral, mesmo que isso signifique ser politicamente contrário aos pensamentos do dono do veículo de comunicação. 

A reflexão honesta a ser feita de modo individual, objetivando escolhas a partir de seus valores pessoais deve e precisa estar pautada em informações dignas e as mais isentas possíveis. Sem isso, o processo de escolha do cidadão estará contaminado e a democracia ferida de morte.

Independentemente de quaisquer juízos de valores, nos dias de hoje, a qualidade tendenciosa das informações de nossos grandes veículos de comunicação não atende ao interesse do povo simples, honesto, trabalhador e carente de políticas públicas mais includentes. 

Dom Moacyr
Bispo Emérito de Porto Velho. Foi Bispo no Acre e Arcebispo em Porto Velho. Ex Presidente Nacional da CPT e militante dos Direitos Humanos.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Uma parcela da população esquecida em Porto Velho

Cursei os ensinos médio e fundamental na escola Barão do Solimões, centro de Porto Velho. No período da tarde, após as aulas, juntávamos uma turma de amigos e seguíamos em direção à praça Marechal Rondon. Após conversas e ‘folias’, íamos pra casa, as vezes perdíamos a hora e pegávamos a última volta da linha de ônibus. Eu, particularmente, morava na Zona Leste, e após descer na parada, ainda caminhava uns 15 minutos para chegar em casa; tudo isso à noite. O medo existia, mas não era o pavor que sentimos atualmente ao andar pelas ruas da capital com o crescimento da violência, mas por sorte nunca fui assaltada.

Mas hoje, andando pelas ruas centrais de Porto Velho, vejo que minha irmã, com a mesma idade que eu tinha tempos atrás, 16 anos, não pode viver essas mesmas ‘aventuras’, não pode andar com seus amigos e desfrutar de uma boa conversa na praça. O centro de Porto Velho virou lugar de viciados, moradores de rua, marginais, entre tantos outros ‘perigos’. E o pior, não vejo o Poder Público trabalhar para diminuir essa situação, não existem programas de apoio ou assistência. A cada dia, cresce o número de moradores de ruas e nada está sendo feito para tratar desse problema.

Nas redondezas da Rodoviária a situação é pior. Os viajantes são rotineiramente incomodados pelos viciados e 'mendigos'. Até mesmo os moradores da região passam por situações difíceis com essa parcela da população. Será que isso um dia irá mudar? Será que terá solução ou pelo menos algo que amenize essa situação? Essas pessoas precisam de ajuda, é necessário que o Poder Público tome medidas para mudar essa realidade. Uma luz no fim do túnel tem que acender.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Idosos e deficientes físicos não saem aos finais de semana?!

Quetila Ruiz, jornalista

Em uma tarde de domingo, vou até a agência do Banco do Brasil na avenida Presidente Dutra em Porto Velho. Em frente a agência existem vagas reservadas a idosos e deficientes físicos; estaciono longe, mas não me atrevo a ocupar as vagas destinadas a esse público. Logo em seguida dois motoristas, que não se adequavam às exigências para as vagas, chegam e estacionam.

Relutei, mas minha indignação foi tão grande que tive de questionar. "O senhor estacionou na vaga para deficientes" - O mesmo respondeu - "É domingo, ninguém vai ocupar a vaga. É rapidinho", e seguiu para dentro da agência. A mesma resposta foi utilizada pela senhora que ocupava a outra vaga - "É final de semana, não tem necessidade. Vai ser rápido".

Fiquei pensando com meus botões, "Será que eles pensam que idosos e deficientes não saem nos finais de semana? Será que os pais deles (acredito que idosos), ou amigos que possuam deficiência, não saem aos domingos?! Será que só eu conheço idosos e deficientes que vivem e também possuem rotinas de irem a agências bancárias aos finais de semana?!

O povo vai as ruas contra a corrupção, mas a corrupção está em simples atos do dia a dia, de uma vaga ocupada indevidamente, de uma fila que foi furada, de um acento preferencial no ônibus ocupado erroneamente, de um voto vendido em época de eleição, de uma vantagem em cima do vizinho e de tantos outros atos corruptos. Corrupção é, também, quando os pais sabem que para tirar boas notas seus filhos “colam”, e às vezes até presenteiam o “colão”. Para melhorar o Brasil, é necessário primeiro melhorar a população.

A Lei 10.098/00, estabelece direitos aos portadores de deficiências ou mobilidade reduzida. Dentre suas regras, estabelece a reserva de 2% das vagas de estacionamento em vias ou espaço públicos para pessoas portadoras de deficiências ou mobilidade reduzida.

A Lei 10.741/03, estabeleceu a garantia dos direitos aos cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos. Assegurando a reserva de 5% de vagas de estacionamento em locais públicos ou privados.