sexta-feira, 14 de maio de 2010

A ‘velha’ ‘jovem’ guarda


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 15/05/10

A ‘velha’ ‘jovem’ guarda

Aqui no jornal, sempre comentamos com os colegas de trabalhos matérias que fazemos, e uma das matérias mais faladas era sobre a “Casa do Ancião” em Porto Velho, uma instituição que cuida e abriga idosos que não tem condições, nem família para tratá-los. Todos que falavam da instituição falavam com certa emoção, e eu não entendia o sentimento que tomada de conta de meus amigos de redação. Então, há pouco tempo fui designada para fazer uma matéria sobre um evento que ocorria na ‘Casa do Ancião’.
Fiquei pensando que finalmente iria conhecer a instituição que todos falam, e realmente, quando cheguei lá e vi aquelas ‘idosos’ veio uma mistura de sentimentos. Você sente um certo remorso por ver aquelas pessoas que com certeza dedicaram sua via a seus filhos e parentes e na hora que mais precisa são “abandonados” a própria sorte, você imagina um pai ou uma mãe sua, ou imagina até mesmo você naquela situação.
Mas também vem uma alegria, em ver que mesmo com aquelas dificuldades, com o ‘abandono’, eles continuam com esperança, brincando, conversando (e como gostam de conversar).
De certa forma esses idosos voltam a ser crianças, voltam a fazer manha, entre diversas outras coisas, mas temos que entender, ou pelo menos tentar entender. Eles já passaram por tantas coisas, já sobreviveram a tantas outras coisas, e continuam ali, vivendo “um dia de cada vez”, sem pensar como será o amanha, sem ter um parente para conversar e recordar algo bom, sem ter alguém para dividir historia, eles estão ali, esperando os dias chegarem, esperando a vida passar, mas sempre estão com um ar de esperança, com um brilho nos olhos, e se você chegar com jeitinho, tem boas historias para contar.
Agora posso falar igual aos meus amigos de redação, o melhor que essa profissão me proporciona é conhecer pessoas com historias, igual à dona Celina, que vive a 16 anos no abrigo, diz que teve quatro filhos, mas não recebe visitas de familiares, está com 120 anos, calçando pantufas de porquinho e mesmo assim ainda consegue fazer pose e rir para o fotografo.

________________________________________________________
Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

Um comentário: