sábado, 12 de junho de 2010

Jornalistas “estrelas”


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 11/06/10

Jornalistas “estrelas”

Quando entramos na faculdade umas das teorias que escutamos é que a imprensa é o quarto poder, pois obtém informações privilegiadas, em primeira instância, tem contatos com pessoas ‘ilustres’, entre diversas outras situações. Mas, o que se vê são jornalistas se achando o quarto poder. A meu ver a imprensa, jornal, instituição, informação, essas sim seriam o quarto poder e não o repórter/jornalista. Com o passar do tempo temos que aprender a medir nossas atitudes, a controlar nossas tietagens e segurar o nosso ego, para não passar uma imagem ‘errada’ para os entrevistados e colegas de profissão, para não ficar visto como uma pessoa que “se acha”.
Por diversas vezes vejo jornalistas arrogantes, de ‘nariz empinado’, destratando as pessoas e às vezes destratando os próprios colegas de profissão. Tudo bem, algumas vezes não estamos nos nossos ‘melhores dias’, não dá pra sorrir para todos os lados, mas tem ‘amigos’ de profissão que exageram, são mau humorados o tempo todo, pensam que são mais importantes do que verdadeiramente são. Que temos uma profissão importante, temos, mas um porteiro, secretária, faxineira, vigia, entre diversas outras profissões, não deixam de ser indispensáveis.
Outros são chamados para coletivas de imprensa, e reclamam quando atrasa, eles muitas vezes esquecem que quem organiza as coletivas também são jornalistas, são colegas de profissão e que também estão trabalhando como eles, ou esquecem que por várias vezes alguns entrevistados tem que ficar esperando os jornalistas por algum imprevisto que pode ter acontecido. Outro episodio também interessante é quando vão entrevistar alguém ‘famoso’ e começam a fazer tietagem, pedir pra tirar fotos antes mesmo de fazer a entrevista, esquecem de fazer o seu trabalho, que é entrevistar, colher informações.
Sei que às vezes também tenho meus dias de ‘inferno astral’, também tenho meus dias de tiete, e de nariz empinado, esse texto não é só para os amigos de profissão, mas para mim também. Só não podia deixar de fazer algumas observações, das situações que tenho notado no dia-a-dia do meu trabalho como jornalista.

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