sexta-feira, 26 de março de 2010

Direito de escolha


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.Justificar

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 26/03/10.

Direito de escolha

Alguns frequentam igrejas evangélicas, outros são adventistas, uns do candomblé ou da umbanda, outros são ateus, eu sou católica. Entre diversas religiões, existem diversas escolhas, vários caminhos e pessoas tomam diferentes atitudes. Frequento a igreja católica, mas não com rotina; Acredito em algumas coisas, discordo de outras, e imagino que assim como eu, várias pessoas acreditem e discordem das coisas em várias religiões.
Discordar de algumas opiniões e posições é válido, sempre traz uma reflexão sobre o tema que enriquece, mas o que tem me deixando bastante pensativa são as atitudes nas quais algumas pessoas estão tratando o tema da religião, principalmente no que diz respeito aos adeptos do Santo Daime. Após a morte do cartunista Glauco Vilas Boas e deu seu filho, muitas pessoas vem ‘atirando pedras’ na religião, que a culpa é do chá que eles tomam, disso, daquilo.
Não conheço muito sobre religiões, sobre o Santo Daime, (mal conheço o catolicismo, o qual sou adepta), mas defendo o direito de escolha de cada um. Não acho que o que ocorreu seja culpa da religião. Nos últimos dias vimos matérias falando sobre a pedofilia dos padres, já teve casos de extorsão dentro de igrejas evangélicas, casos de pessoas usarem o candomblé para “fazerem o mal”. Não acho que seja possível classificar as religiões por fatos isolados; Acredito que em todas as religiões existem coisas ruins e boas, existem pessoas com boas e más intenções, existem em todos os lugares, religiões, times de futebol, no trabalho, etc, etc, etc. Encontramos coisas boas e ruins em todos os lugares, dentro de cada pessoa. Ninguém é santo, ninguém é perfeito.
Por isso acredito na liberdade de escolha de casa individuo.
“Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo.” (Voltaire)

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amor a profissão


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.Justificar

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 19/03/10.
Amor a profissão

Escolher uma profissão é muito difícil para algumas pessoas, praticamente uma tortura, já para outras pessoas é a coisa mais fácil que existe, pra mim foi assim. Sempre gostei da ‘comunicação’, é uma área que sempre me interessou, e quando chegou a hora de escolher que curso iria fazer, pensei logo, ou será jornalismo ou publicidade, uma das duas faculdades vou cursar. Enfim, me formei em Jornalismo, no final de 2008.
Todas as profissões têm seus prós e contras, todas têm o lado bom e ruim, mas tem algumas situações que passo no dia-a-dia da minha profissão que me faz ter certeza de que estou fazendo realmente o que gosto. Às vezes o repórter pega uma ‘pauta’, que a principio parece “boba”, mas que no final do dia rende muito; Não estou falando de fama, estou falando de ajudar o próximo.
Nesta quinta-feira mesmo, recebi um telefonema. Há algum tempo fiz uma matéria sobre uma reunião dos representantes de um respectivo bairro com algumas autoridades, e com a ajuda dessa matéria os moradores do bairro conseguiram os benefícios que estavam reivindicando, e nesta quinta-feira, 18, um dos representantes da Associação do Bairro me ligou para agradecer.
Essa é uma das situações que acarretam uma matéria. Estou deixando de lado, diversas outras matérias, que ajudam diversas outras pessoas. Isso não acontece somente comigo, é com vários companheiros de trabalho, vários amigos de outras empresas de comunicação.
Eu acredito que quando escolhemos uma profissão que gostamos, fazemos o nosso trabalho ‘bem feito’, e com isso temos retorno, não estou falando precisamente financeiro, afinal como uma piadinha interna de comunicadores, a gente ganha pouco, trabalha muito, mas se diverte.
E o melhor dessa profissão é saber que o que fazemos, o que escrevemos, as informações que dividimos com a população, na maioria das vezes, muda, para positivo, a vida de muita gente. E não é somente os ‘comunicadores’, que conseguem modificar a vida das pessoas, advogados, médicos, faxineiras, professores, eletricistas, etc, também tem esse “poder”. Fazendo o que se gosta, se faz bem feito.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

sábado, 13 de março de 2010

Carnaval e seus vestígios


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 12/03/10.

Carnaval e seus vestígios

Há pouco tempo atrás, em outra agenda do repórter, comentei o quanto eu gosto do carnaval e suas historias, da folia, das brincadeiras, da musica e de todo esse período de festa. Comentei alguns lados ruins, como a espera de recursos públicos para realizar os desfiles de escola de samba, comentei que o carnaval também serve para a “bandidagem”. Falei minha opinião sobre alguns aspectos do carnaval e resolvi voltar ao tema, principalmente depois de ver uma situação que me chamou a atenção no pós-carnaval, o lixo que é retirado das ruas após os desfiles de blocos de carnaval e escolas de samba, e também, o lixo que não é retirado das ruas após o carnaval.
Muitas ‘carcaças’ de carros alegóricos estavam até pouco tempo na rua Uruguai com a Avenida Imigrantes, e esse lixo permaneceu muito tempo no local. Umas semanas depois estava passando pelo local e vi um caminhão parado e algumas pessoas retirando o resto dos carros alegóricos, pensei, nossa, que legal, isso está sendo retirado daqui, mas que engano, retiraram algumas partes, outras ainda continuam no local “enfeiando” a rua da capital.
Passando também, em uma rua nas proximidades da Policlínica Rafael Vaz e Silva, também observei os ‘restos’ de um carro alegórico de uma das escolas de samba que desfilaram este ano. E outras ruas perto do Estádio Aluízio Ferreira também pode-se observar algumas ‘carcaças’ de carros alegóricos.
Adoro o carnaval, como já declarei em outra agenda, sou apaixonada pelo carnaval e seus fatos, mas essa situação dos lixos deixados nas ruas é algo que me deixa pensativa. Em tempos que falamos de reciclagem, de evitar criadouros de mosquitos da dengue, entre diversos outros discursos. Passar pelas ruas de Porto Velho e ver esse tipo de situação, faz-me repensar na paixão que sinto pelo carnaval.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

Profissão Perigo


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 05/03/10.

Profissão Perigo

Dentre os muitos problemas que os jornalistas tem enfrentado na profissão um deles é a falta de segurança. A menos de um mês a fotógrafa do ‘O Estadão do Norte’ teve sua máquina fotográfica roubada, juntamente com dinheiro e documentos, outro fotógrafo de um site-jornalistico da capital também teve sua máquina roubada, mas nesse caso o ‘ladrão’ levou somente seu material de trabalho.
Roubos de grande escala também tem ocorrido no município, há algum tempo ladrões entraram em uma redação de site e levaram todos os aparelhos, computadores, notebooks, máquinas fotográficas, entre diversos outros materiais.
Lembrando também que os profissionais que trabalham no período noturno, sendo para cobrir eventos ou fazer matérias também correm bastante perigo com a onda de assaltos. Geralmente formam grandes equipes com fotógrafos, repórteres e motoristas para evitar um assalto, para evitar perder equipamentos que conseguiram com ‘muito suor’.
Outro problema que também ‘temos’enfrentado é a censura de algumas pessoas na capital. Um fato que ocorreu há pouco tempo foi que o repórter fotográfico Eliênio Nascimento, do jornal O Estadão do Norte, foi ameaçado por um policial militar, por fotografar uma cena de violência contra um suspeito detido nas ruas de Porto Velho. O mesmo fotografo já tinha sido ameaçado por um “grevista”, na greve dos bancários. Em outras situações alguns repórteres são proibidos de coletar informações, são proibidos de entrar em alguns lugares para fazer a matéria simplesmente por ser de um determinado veiculo de comunicação, essa é uma das discriminações que os jornalistas estão sofrendo.
Esses são alguns dos perigos e problemas da profissão de jornalista, problemas esse que algumas pessoas nem sabem que existem. Ao contrário do que muitos pensam, a profissão não tem tanto glamour assim, também passamos por situações bem complicadas.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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Desenvolvimento sem atendimento


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 26/02/10.

Desenvolvimento sem atendimento

Nasci em Porto Velho, tenho orgulho de ‘ser daqui’, mas não é por isso que vou concordar com tudo que vejo nessa cidade. Sei que várias pessoas irão me criticar com a opinião que irei emitir, mas me sinto na obrigação de expressar meus sentimentos em relação ao atendimento oferecido na capital. Falo do mau atendimento em diversas áreas, na da saúde, nos órgãos públicos, nas lanchonetes, nas lojas de vestuários, em barzinhos, etc, etc, etc; O mau atendimento está em todos os lugares, e atinge qualquer pessoa.
Quando começou os boatos do “progresso” em Porto Velho, que as Usinas e Shopping iriam melhorar as coisas, fiquei pensativa e confesso que um pouco contente, pensei: Com empresas grandes vindo pra cá, com pessoas de outros estados, trazendo novas culturas, isso deverá trazer algum beneficio para o município. Que engano.
Os atendimentos continuam os mesmos, as empresas que vem de outros estados tem os mesmos atendimentos e às vezes até piores.
Fato: Estava no tão falado shopping e um dos aparelhos daqueles quiosques de sorvete estava em manutenção, uma verdadeira bagunça e mesmo assim a funcionária tinha que permanecer atendendo com a outra máquina, pois, pelo próprio desabafo da funcionaria, ela teria que continuar atendendo para o ‘chefe’ não perder dinheiro.
“Porque não fecha, só enquanto está concertando, isso aqui está uma bagunça, está difícil de atender, não quer perder dinheiro e eu tenho que trabalhar nessa bagunça”, desabafava para o rapaz que concertava a máquina quebrada.
Pensei, a gente vive reclamando do atendimento que recebemos em Porto Velho, reclamamos com garçons, reclamamos com os funcionários das lojas, com os atendentes dos supermercados. Mas vendo a situação daquela moça, tendo que trabalhar em péssimas condições, eu paro pra pensar o porque do mau atendimento em diversos lugares da capital.
Quem será o chefe por traz dos funcionários? Como será o tratamento que esses mesmos funcionários (que trabalham para garantir o funcionamento do local) é tratado? Quais as condições de trabalho?
Reclamamos tanto do mau atendimento, mas não sabemos como os atendentes ‘estão sendo atendido pelos próprios chefes’. Não estou defendendo os maus atendimentos

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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Sem dinheiro ou doente?


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 19/02/10.

Sem dinheiro ou doente?

Nesta quinta-feira cheguei na redação do jornal e em conversas com os amigos de trabalho informei que estava com “Blefarite”. Todos no exato momento começaram a rir e disseram isso é um problema que ataca todos nos. ‘Todos nos estamos blefados, sem grana’. Inicialmente comecei a rir, achando graça da piadinha que tomou conta da redação, mas posteriormente fui explicar a todos que quem me informou disso foi o meu oftalmologista, que também contou que esse tipo de problema é bastante frequente entre os jornalistas.
Novamente todos começaram a rir e falar que realmente, jornalista são todos blefados, sem grana. A piada foi boa, mas depois começamos a falar sério e expliquei o que era a Blefarite.
De acordo com pesquisas feitas e explicações do meu oftalmologista a Blefarite é uma inflamação comum e persistente das pálpebras. Produz sintomas tais como irritação, prurido e, em alguns casos, olho vermelho.
Esta condição afeta frequentemente as pessoas que tem tendência a apresentar pele oleosa, seborréia (caspa) e secura ocular. A Blefarite pode começar na infância, causando granulação nas pálpebras e continuar por toda a vida como uma afecção crônica, ou iniciar mais tardiamente na vida.
Conforme meu oftalmologista é comum que jornalistas, escritores, entre diversas profissões que utilizem muito computadores e livros sejam atingidos com a ‘blefarite’, pois na correria da profissão ficam muito tempo lendo, atentos a um assunto e esquecem de piscar e ficam com secura nos olhos, um dos motivos da blefarite.
Então, é sempre bom fazer uma visita a um oftalmologista, pois as vezes uma simples irritação pode trazer outros motivos. E claro, não somente ao oftalmologista, um Checap é sempre bom, não estou ajudando, nem fazendo propaganda para os médicos, só estou repassando minha experiência.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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Folia


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 12/02/10.

Folia

Como disse Caetano Veloso em 1970, “O Carnaval é invenção do Diabo, que Deus abençoou”. Adoro as festas de carnaval, e confesso isso sem medo. Gosto das musicas, dos enredos das Escolas de Samba, das pessoas se esforçando para confeccionar carros alegóricos e fantasias, gosto do empenho das pessoas e das liberdades que somente o carnaval permite. Fico esperando meses por esse período. Gosto também do carnaval de rua, sem ‘muita’ grana, de grupos de amigos que se juntam somente pra “farrear” um pouco e deixar um pouco de lado os problemas.
Acho interessante os assuntos que surgem no carnaval, e também gosto de ouvir as analises das pessoas. Umas gostam do carnaval e fazem disso algo importante como a própria vida, outras não suportam nem ouvir falar do carnaval, dizem que não presta, que só serve pra prostituição e coisas que não fazem bem. Tudo são pontos de vista e tudo tem um pouco de verdade, igual a tudo na vida. Tem seu lado bom e o ruim.
Gosto de frequentar os ensaios dos blocos e escolas de samba. Não sou de me envolver, sou mais de observar mesmo. Acho interessante os mais variados produtos que aparecem no carnaval como uma forma de ‘fonte de renda’.
Claro que penso em tudo de ruim que acontece no carnaval. As bebidas e drogas; as brigas e acidentes, etc, etc, etc. Mas também paro pra pensar. Poxa, eu mesma, trabalhando no jornal, faço matéria de tantas coisas ruins, durante todo o ano. Sabemos que existem as coisas ruins, mas que tão aproveitar essa “data” para festejar.
Então, vamos festejar. Sem esquecer é claro, Se for beber não dirija, se dirigir não beba. Sexo seguro com camisinha. Ao invés de brigar com alguém, dê um abraço. Espero que essas e diversas outras idéias positivas prevaleçam no carnaval.

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Quetila Ruiz
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Desigualdade


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 05/02/10.

Desigualdade

Em um dia normal de trabalho fui a um órgão publico coletar algumas informações, identificada com meu crachá. Chegando lá identifiquei-me como é de rotina efui muito bem tratada por todos que trabalham lá. Consegui colher todas as informações necessárias e outras mais. Voltei a recepção e sentei em um dos sofás para esperar o motorista do jornal, isso já eram dez horas da manha.
Já estava ali há dez minutos sentada esperando, quando entra no ‘órgão publico’ uma criança, deveria ter uns 11 anos, estava com uma bacia na cabeça e uma caixa de isopor nos braços cheia de biscoitos para vender, uma destreza que garanto, eu não teria para carregar tantas coisas.
Entrou e ofereceu para as atendentes que estavam por lá, nenhuma comprou os produtos. Era visível a decepção por não vender nada e o cansaço no rosto do garoto, ele com toda educação perguntou a uma das atendentes se ela poderia, “por favor”, lhe dar um copo de água, ela muito educada disse que sim e foi buscar, e nesse instante o guarda de segurança, virou-se irritadíssimo para a outra recepcionista e perguntou o que era aquilo, gritando na recepção questionando se era permitido qualquer um ficar ali pedindo água, que aquilo não era local para isso, etc, etc, etc.
A recepcionista com toda calma tentou explicar que era apenas um copo de água para uma criança e que o garoto já estava indo embora, também tentou explicar ao segurança que aquele era um ‘estabelecimento publico’, mas o senhor continuou brigando com ela, falando que tudo isso era uma bagunça, um menino sujo ali na recepção, que ali não era lugar de ninguém ficar esperando nada.
Ele mesmo já havia deixado várias pessoas entrar no local sem identificação, e pelo que vi também não tinham crachá de funcionários do local, outros eram obrigados a passar pelo detector de metais, mesmo tendo o crachá de funcionários. Eu mesma já estava ali a um bom tempo, sentada no sofá esperando o motorista do jornal e ele não tinha falado nada, não diretamente pra mim, mas no argumento para o garoto de que ali não era lugar de ninguém ficar esperando nada, me senti incluída.
Como será que ele classifica as pessoas? Será que ele estava pensando em brigar comigo também (como estava fazendo com a recepcionista, e na frente da criança, que via-se, já estava arrependido de ter pedido um copo de água) por eu estar ali esperando?

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Quetila Ruiz
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Ouro de tolo


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 29/01/10.

Ouro de tolo

Chega a época do Carnaval. A maioria das pessoas sorrindo, fabricando fantasias, comprando adereços, lendo nos noticiários ‘quem são as “gostosas” que ficarão a frente das baterias das escolas de samba, entre várias outras futilidades do Carnaval. Mas já pararam para prestar atenção nas reais intenções que estão por traz de toda essa festa? A prostituição, principalmente de menores, a venda de drogas ilícitas e licitas como a bebida alcoólica, a mão de obra barata, a idealização de mitos, recursos financeiros para as escolas de samba, etc, etc, etc.
Algumas pessoas vêem no carnaval uma fonte de renda, começam a vender comidas e bebidas, a fabricar fantasias e adereços de carnaval, entre diversos outros trabalhos, mas quando o carnaval acaba, esse ‘emprego temporário’ se vai também, as pessoas voltam a “mendigar” empregos e ajudas governamentais.
Outros vêem a oportunidade de vender drogas, e com isso muitos utilizam crianças para o tráfico, afinal a pena, se for preso, para uma criança é menor que para um adulto. E vêem nessa mesma criança uma porta de acesso para a prostituição, barata, diga-se de passagem.
Os carnavalescos não fazem mais um carnaval baseado na beleza, na criatividade e no trabalho, agora a maioria fica esperando os recursos financeiros para começarem a se preparar para o carnaval. Sempre ouvi as historias de que, se não tinha dinheiro pegava-se uma roupa velha, fazia uma decoração diferente e pronto, saiam na rua fazendo festa, o carnaval estava feito, não se gastava milhões em uma simples fantasia, que em muitos locais não passa de um adereço minúsculo, escondendo praticamente nada.
É claro que tem o lado bonito do carnaval, é claro que a festa não é só as coisas ruins, mas temos que parar pra pensar no que tudo isso está se transformando. Nas coisas boas que poderiam ser feita.
Porque não fazem escolas de sambas alternativas, com fantasias recicláveis, sem ficar esperando recursos financeiros, porque não colocam crianças ajudando a escrever os enredos contando fatos da historia do Brasil, isso entre diversas outras idéias, que podem ser usadas para melhor o Carnaval dos dias de hoje.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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Reféns da modernidade


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 22/01/10.

Reféns da modernidade

Cada dia que passa observo que estamos ficando reféns da modernidade, reféns da internet, da energia, dos telefones, entre diversas outras coisas que nos ajudam, e muito, nos trabalhos do dia-a-dia, mas quando faltam também nos atrapalham. Durante esta semana, por diversas vezes fiquei impossibilitada de ‘fazer’ algumas matérias devido a esta dependência.
Faltou à energia, alguns telefones não funcionam. Alguns fixos são a energia e deixam de receber e fazer ligação, os celulares acabam a bateria e ficam impossibilitados de serem usado. O computador também necessita de energia, e quando não é a falta de energia, é a internet que não está ‘prestando’, é vírus, uma série de problemas que impossibilitam colher qualquer tipo de informação, porque em muitos locais as informações estão arquivadas somente no computador.
Estava fazendo uma matéria sobre um tipo cooperativa, fui até a sede da instituição para pegar algumas informações, chegando lá a secretária sem graça me dá a noticia.
-- Poxa, estamos sem internet e não posso acessar o banco de dados, liguei pro técnico e ele só vai poder concertar amanhã. Eu ligo pra senhora depois e marco uma hora, quando a internet estiver funcionando.
Ok, fiquei sem as informações porque ela não tinha isso em outro tipo de arquivo. Outro dia, precisava falar com outro entrevistado, e não consegui porque o celular dele estava sem bateria, no dia seguinte quando consegui falar com ele, o próprio me explicou o que tinha acontecido. E esses casos são poucos no meio de muitos que já passei, que já vi pessoas passando e que outros ainda vão passar.
Adoro a modernidade, e sou refém assumida dela, mas também penso em como será a vida daqui a dez anos, ou até menos, como estará a vida com a modernidade daqui há três anos? O quanto estaremos reféns de toda essa tecnologia?

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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Interrogações esperando respostas


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 15/01/10.

Interrogações esperando respostas

Assistindo aos noticiários dos últimos dias, vi uma matéria sobre a filha que ajudou o namorado a assaltar a própria mãe. Veio-me a cabeça vários outros casos, de filhos que cometem crimes contra os próprios pais, de pessoas idosas que são espancadas, exploradas, e muitas vezes pelos próprios parentes, de pais que cometem crimes contra os próprios filhos, entre diversos atos ‘bárbaros’ que temos visto nos dias de hoje. Mas, o mais intrigante em tudo isso, é o envolvimento de pessoas próximas a vitima.
Será que os pais, as autoridades, psicólogos, será que alguém teria como evitar esses acontecimentos. Será que alguma atitude, algum ato evitaria esses fatos? Se a mãe dessa menina, que ajudou o namorado no assalto, fosse mais ‘rígida ou mais liberal’ teria conseguido evitar o fato? O que poderia ser feito para evitar que pais abusem, maltratem, espanquem, ou fizessem qualquer coisa contra seus filhos?
São interrogações que vem a minha cabeça. Será que teria como evitar tudo isso ou será que é da índole da pessoa, será que é algum ‘problema psicológico’? Será que foi uma má criação, má influência? Será que sofreu algum tipo de abuso físico ou mental? São tantas as interrogações, e creio que não só eu me pergunto isso, mas acredito que outras pessoas também tenham essas mesmas interrogações.
Nos dias de hoje, as pessoas andam desconfiadas de tudo e de todos, andam pelas ruas observando tudo, tentando evitar, ‘de alguma forma’, se tornar uma vitima. E com razão. Temos visto tantas coisas ruins, acontecimentos que tem surpreendido a todos, e esses acontecimentos já estão ficando tão comuns que muitas pessoas já deixaram de se surpreender. Será que algum dia pelo menos uma dessas interrogações será respondida?

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Quetila Ruiz
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Desejo de melhoras


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 08/01/10.

Desejo de melhoras

Em minha ultima agenda, escrevi sobre as expectativas para 2010, sobre as coisas boas que todos pensam e a energia positiva, mas nesta virada de ano o que vimos em Porto Velho foram chuvas, alagações, desmoronamentos, pessoas perdendo suas casas, várias doentes pela dengue, entre diversos outros problemas que afetaram os moradores da capital.
E não podemos esquecer das outras localidades, como o desabamento em Angra dos Reis, a ponte que foi destruída pela força das águas no Rio Grande do Sul, em Uberaba, que choveu em uma noite o esperado para uma semana. São tantas as coisas ‘ruins’ que aconteceram, tantas mortes e tantas perdas neste final de 2009, que nos fazem pensar como será 2010.
Espero que aquela história de que ‘tudo o que acontecer no reveillon acontecerá no resto do ano’, não seja verdade, ou que pelo menos não se realize em 2010. Foram muitas coisas ruins, e pelas previsões do tempo que estão sendo noticiadas poderão acontecer novamente, aqui mesmo em Rondônia, as previsões são para mais chuvas em Janeiro e Fevereiro.
Os casos de dengue tem aumentado, o numero de pessoas desabrigadas tem crescido, o numero de crianças utilizando drogas tem crescido, tem crescido também o numero de mulheres agredidas, o numero de mal-tratos a crianças também tem alarmado os conselhos tutelares.
Realmente, depois de todas essas noticias ruins, espero que os desejos e pensamentos, que todas as energias positivas e ‘mandingas’ que foram liberadas e feitas na virada do ano comecem a fazer efeito.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
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Pensamentos Positivos


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 01/01/10.

Pensamentos Positivos

Banhos da sorte, pétalas de rosas, comer sete uvas, pular sete ondas, comer lentilha, arruda na carteira, usar branco, comer maçã, trevo, dente de alho, entre milhões e milhões de simpatias e supertições para iniciar o ano com o pé direito e atrair boas energias para 2010.
As comidas são as maiores atenções para a virada, carne de porco deve ser o prato principal da ceia, servida à meia-noite. Como o porco fuça pra frente, garante armários cheios o ano todo. Evite o peru, que cisca para trás. Nozes, avelãs, castanhas e tâmaras, trazidas para cá pelos imigrantes de origem árabe, são recomendadas para garantir fartura. Merengue ou suspiro devem ser comidos logo após à meia-noite, para ter um ano doce.
Todos com pensamentos positivos, desejando saúde, paz, prosperidade, amor, sorte, todos os melhores sentimentos que carregamos dentro de nós desejamos para o próximo. Momentos de renovação, de fazer planos, listas de pedidos que foram realizados em 2009 queimadas, novas listas para 2010.
Desejos de um 2010 com menos violência, corrupção, acidentes, sem guerras, tudo que é ruim que seja menos, tudo que é bom que seja mais.
O mais importante de tudo isso é que todos esses desejos, simpatias, superstições, nada disso irá funcionar se as pessoas não acreditarem e se principalmente não começarem a agir ao invés de simplesmente imaginar. Confesso que não sou muito ‘crente’ de todas essas simpatias e supertições, acredito mais no fazer, pensamentos positivos ajudam, mas atitudes é que fazem com que esses pensamentos se realizem. Então vamos pensar bastante em todas essas coisas boas, mas principalmente, vamos fazer acontecer. Feliz 2010!
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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

Mistura de sentimentos


Texto escrito para a coluna "Agenda do Reporter", do jornal 'EStadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 25/12/09.

Mistura de sentimentos

As comemorações de Final de Ano se revelam uma verdadeira mistura de sentimentos. Fico feliz pela simbologia, pelas festas, pelos presentes, pela união que a data evoca nas pessoas, a população fica mais humana, ajudam mais o próximo, as campanhas de doações ganham força em época de Natal e Ano Novo.
As famílias se reúnem, as pessoas que estão brigadas fazem as ‘pazes’, enfeites de Natal, compras de final de ano, tudo isso, entre várias outras situações, nos remetem aos sentimentos de felicidade, alegria, paz e harmonia.
Mas também me levam a tristeza, lembro de pessoas importantes que faziam parte de minha vida de não estão mais ‘entre nós’. Surgem lembranças das festas com toda família reunida, de salões de festas cheios de tios e tias dançando, de primos e primas brincando, festejando, de mesas fartas de iguarias de finais de ano.
Retorno ao sentimento de alegria, das pessoas que conseguiram doações através das campanhas beneficentes e que por isso poderão ter um natal menos complicado, de pessoas que reencontram familiares, alegria das uniões, dos festejos e confraternizações.
E, volto a tristeza, lembrando dos menos favorecidos, das pessoas que moram nas ruas, de pais de famílias sem condições de oferecer um Natal apropriado para seus filhos. Fico triste pelas pessoas que por motivos de saúde não poderão estar junto de seus familiares.
Devido a tudo isso, penso no Natal como uma mistura de sentimentos, uma roda gigante, com seus altos e baixos, prós e contras. Festas de final de ano é uma verdadeira confusão, mas, mesmo assim, a população vive, comemora, e espera novamente essas datas festivas, mais um natal, mais um ano novo, e toda essa espera envolta de esperança.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

Cultura além do tempo

Texto escrito para a coluna "Agenda do Reporter", do jornal 'EStadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 18/12/09.

Cultura além do tempo

Certo dia, saindo do jornal com a equipe da redação, comecei a cantarolar uma musica da dupla ‘Jane e Erondi’, o fotógrafo que nos acompanhava começou a achar graça e comentou, “Há muito tempo não escutava esse tipo de música”. Lembrei de um dos chefes de minha mãe, que também achava graça quando eu, ainda criança, cantava músicas da ‘Jovem Guarda’.
Sempre convivi com pessoas mais velhas do que eu, e devido a esta convivência aprendi várias coisas que se diferenciavam da minha idade.
Amigos acham graça e até me perguntam como comecei a escutar musicas de Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, entre diversos outros. Sempre brinco com eles e digo: “Isso foi uma boa educação, fui criada com avó”. Não estou aqui desfazendo das músicas atuais, cada pessoa tem seu próprio gosto, tem suas escolhas, às vezes também gosto de escutar as músicas que estão na moda, mas não posso negar que se precisar escolher, vou escolher um Cd de MPB, de Chico Buarque, Caetano, são escolhas minhas, aprendi desde pequena a escutar e conviver com esse estilo de música.
Gosto muito de ler sobre o Movimento Tropicalista, sobre a Jovem Guarda, e principalmente sobre a época da Ditadura, que conforme as leituras que faço dos materiais produzidos sobre o tema, foi o período que surgiu uma seleção de músicas com letras em duplo sentido que tentavam driblar a censura.
Com leituras e música a minha imaginação vai longe e me transporto para aquele período, fico imaginando como seria minha vida se tivesse vivido essas historias, se tivesse presenciado o nascimento dessas musicas, como era a vida com todos esse fatos culturais e históricos acontecendo, e também imagino como seria os dias atuais se nenhum desses movimentos culturais tivessem acontecido.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

Lembranças do tempo de criança

Tenho escrito, no jornal 'Estadão do Norte', uma coluna que é publicada toda sexta-feira. Faz parte da coluna "Agenda do Repórter". A partir de agora vou postar os textos que forem publicados na coluna. Vou começar postando os antigos e depois irei fazer atualizações mais recentes.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 11/12/09.

Lembranças do tempo de criança

Quando criança meus pais levavam a mim e meu irmão ao ‘Mirante III’, na época tinha uma parquinho em frente à Igreja de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, com balanço, escorrega, diversos brinquedos, e lá passávamos horas brincando, tomávamos sorvete, eram as melhores horas da minha vida, passar todo o tempo com meus pais, pois eles trabalhavam durante toda a semana e somente no final de semana tinham tempo pra gente.
Passava o ano todo esperando chegar as férias para poder visitar primos e tios, passava as férias com meus primos, andando de bicicleta na rua, brincando de pega-pega, pular corda, diversas brincadeiras de crianças. Meus pais também nos levavam para comer peixe na beira do Rio Madeira, sempre íamos à mesma barraca, já era tradição, almoçar na beira do rio.
Lembro-me também que no Aeroporto de Porto Velho, tinha um terraço, onde os visitantes poderiam subir e ficar olhando os aviões decolar e pousar, era uma diversão pra mim e meu irmão, ver aqueles aviões enormes, ficávamos horas olhando, imaginando como aquelas ‘coisas enormes’ conseguiam levantar vôo, a imaginação ia longe.
Hoje estou com 22 anos e minha irmã mais nova com 09, ela já não desfruta de episódios como esses, hoje está tudo mais corrido, se antes meus pais só tinham tempo pra gente aos finais de semana, agora nem nos finais de semana.
O parquinho em frente à Igreja já não existe mais, a barraca que servia peixe não está mais no mesmo lugar, as ruas não são mais calmas, impossibilitando as brincadeiras de crianças, o terraço do aeroporto também não existe mais. Hoje minha irmã passa a maior parte do tempo assistindo televisão, na internet, e quando temos tempo ficamos todos em casa aproveitando para descansar antes de começar a rotina novamente.
Não faz muito tempo que eu podia desfrutar desses prazeres da infância, e minha irmã já não tem a mesma oportunidade, fico imaginando o dia que tiver filhos, como será a rotina deles, como estará o mundo quando eles chegarem, se chegarem, fico pensando no futuro, porque o passado já passou e o presente também já se foi a um segundo.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
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