sábado, 13 de março de 2010

Ouro de tolo


Texto escrito para a coluna "Agenda do Repórter", do jornal 'Estadão do Norte'. A coluna é diária, mas os textos escritos por mim, saem apenas nas sextas-feiras.

Publicação - O Estadão do Norte - Edição do dia 29/01/10.

Ouro de tolo

Chega a época do Carnaval. A maioria das pessoas sorrindo, fabricando fantasias, comprando adereços, lendo nos noticiários ‘quem são as “gostosas” que ficarão a frente das baterias das escolas de samba, entre várias outras futilidades do Carnaval. Mas já pararam para prestar atenção nas reais intenções que estão por traz de toda essa festa? A prostituição, principalmente de menores, a venda de drogas ilícitas e licitas como a bebida alcoólica, a mão de obra barata, a idealização de mitos, recursos financeiros para as escolas de samba, etc, etc, etc.
Algumas pessoas vêem no carnaval uma fonte de renda, começam a vender comidas e bebidas, a fabricar fantasias e adereços de carnaval, entre diversos outros trabalhos, mas quando o carnaval acaba, esse ‘emprego temporário’ se vai também, as pessoas voltam a “mendigar” empregos e ajudas governamentais.
Outros vêem a oportunidade de vender drogas, e com isso muitos utilizam crianças para o tráfico, afinal a pena, se for preso, para uma criança é menor que para um adulto. E vêem nessa mesma criança uma porta de acesso para a prostituição, barata, diga-se de passagem.
Os carnavalescos não fazem mais um carnaval baseado na beleza, na criatividade e no trabalho, agora a maioria fica esperando os recursos financeiros para começarem a se preparar para o carnaval. Sempre ouvi as historias de que, se não tinha dinheiro pegava-se uma roupa velha, fazia uma decoração diferente e pronto, saiam na rua fazendo festa, o carnaval estava feito, não se gastava milhões em uma simples fantasia, que em muitos locais não passa de um adereço minúsculo, escondendo praticamente nada.
É claro que tem o lado bonito do carnaval, é claro que a festa não é só as coisas ruins, mas temos que parar pra pensar no que tudo isso está se transformando. Nas coisas boas que poderiam ser feita.
Porque não fazem escolas de sambas alternativas, com fantasias recicláveis, sem ficar esperando recursos financeiros, porque não colocam crianças ajudando a escrever os enredos contando fatos da historia do Brasil, isso entre diversas outras idéias, que podem ser usadas para melhor o Carnaval dos dias de hoje.

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Quetila Ruiz
Formada em Jornalismo pela Faculdade Interamericana de Porto Velho - Uniron
Cursando Pós-graduação em Gestão e Planejamento Estratégico de Comunicação
Tel: 9914-2858
E-mail e MSN: quets_ruiz@hotmail.com

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